sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Introdução


Olá pessoal! Tudo bem?
A nossa WebQuest se dirige a você que é aluno do Ensino Médio. Apesar de ser um assunto amplamente discutido nas séries iniciais, aqui ele será tratado com uma terminologia mais específica, para um público mais maduro. O assunto que iremos tratar é sobre Variação Linguística. Tentaremos fazer uma abordagem bem dinâmica. A variação linguística estuda as mudanças linguísticas de uma determinada língua. Os falantes de uma língua apresentam: falares diferentes; ritmos de fala diferentes; não falam todos da mesma maneira, logo apresentam variação na sua linguagem. Uma mesma pessoa, em contextos diversos, utiliza a língua de forma bem diferenciada. A cada situação de fala em que nos inserimos e da qual participamos, notamos que a língua falada é, a um só tempo, heterogênea e diversificada. Portanto, a variação linguística ocorre em todas as comunidades de fala: cidade, região, país, pois todos apresentam falares diferentes, impulsionados pelo meio ao qual estão inseridos. 
Você gostou?  Então, vamos lá! 
  

Tarefa e Processo



Os alunos deverão, sobretudo, conhecer a variação linguística e entendê-la de forma ampla e não de forma preconceituosa. Aqui você encontrará um bom material de apoio para seus estudos como indicações de vídeos, filmes, músicas e material confeccionado pelos autores deste blog (no recurso), com o intuito de favorecer o entendimento do Português e as Variedades Linguísticas e assim se aventurar pela variedade de cada região, de cada espaço, de cada pessoa, como forma de desmistificar o "falar errado". Enfatizaremos ainda que a variação, entre outras características, provém não somente da camada social em que o individuo faz parte, mas também do seu nível cultural, do espaço em que está inserido (sua região). Os alunos de posse desses materiais e dessas explicações buscarão reflexivamente e individualmente as suas próprias conclusões, baseados no que foi explicado e lido no blog, através dos  links disponiveis nos recursos, para melhor aprofundamento. Proporemos uma atividade baseada nesses materiais. Primeiramente será feito uma abordagem sobre a Língua Portuguesa e sua variação por meio de rodas de conversas onde cada aluno dará sua opinião; exercícios com questões objetivas e subjetivas para estimular a compreensão do aluno; além de propormos uma atividades em grupos de 4 pessoas (a depender da quantidade de alunos da turma). Para esta tarefa, os alunos irão pesquisar em sites confiáveis sobre as variações linguísticas das regiões do Brasil, de posse das informações, eles farão uma apresentação para a turma, cada grupo fica livre para escolher como quer apresentar seu trabalho, podendo ser uma apresentação de teatro, uma música, crônica ou qualquer outra forma, desde que mostre os vários falares, adequando tais variações ao contexto de comunicação.

 Agora vamos ao trabalho!



Recursos

Variação Linguística
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Vamos relembrar alguns conceitos!
  • Dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
  • Socioletos: isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas.
  • Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação.
  • Odioletos: é variação particular a uma certa pessoa.
  • Registros (ou diátipos): é o vocabulário especializado e a gramática de certas atividades ou profissões.
  • Etnoletos: para um grupo étnico.
  • Ecoletos: um dialeto adotado por uma casa.  

Hora de exercitar!


1) Leia o texto abaixo e discuta com o seu colega o que o surfista quis dizer. Entrevista com vencedor de concurso de surf.

REPÓRTER: Qual foi a bateria que você mais surfou até hoje?

SURFISTA: Foi no Cristal Grafiti. A onda veio abrindo inteira, dropei no crítico, fiz o bottom turn de backside, subi e dei um rasgadão.  Aí deixei cair lá embaixo, subi novamente, dei outra rasgada e, quando ela engordou, adiantei, dei um cutback bem agachado e bati na espuma. Veio a junção e mandei uma esbagaçada, depois foi aquela marolagem, enganação.
(revista HARDCORE, setembro de 1991)

a) A gíria dos surfistas é carregada de termos em inglês. No entanto, mesmo não sabendo a tradução exata, é possível a gente compreender o que foi dito?
b) Cite algumas características pelas quais podemos identificar a linguagem dos surfistas.
c) Que importância pode ter para um grupo,  como os surfistas por exemplo, ter um dialeto próprio?
d) Reproduza com suas palavras a manobra executada pelo surfista, de modo que qualquer leitor pudesse compreender o que ele fez.

 2) Aluno, o texto “Aí, Galera”, de Luiz Fernando Veríssimo evidencia de forma irônica o assunto que estamos abordando. Leia-o e discuta com seu grupo o posicionamento do repórter em relação ao jogador se tal comportamento enfatiza o preconceito lingüístico ou não. Justifique sua resposta.

3) Os alunos irão se organizar em grupo de cinco para fazer a leitura da música “Tô”, de Tom Zé, e em seguida farão trabalho de retextualização para a língua padrão e apresentar o trabalho enfatizando o preconceito lingüístico.



Acompanhe alguns Links para entender um pouco mais:
Sites para pesquisar (Tarefa em Grupo):Nelson Freitas no Jô Soares.

Avaliação


A avaliação será realizada de forma ampla (Nos exercícios):
  • Compreensão de que a língua não é homogênea, mas um conjunto de dialetos.
  • Que para cada região, para cada falante, para cada grupo sócio-cultural, encontraremos uma variante, uma forma diferente de falar; 
  • E que cada variante tem a sua especificidade e jamais deverá ser tratada de forma preconceituosa, com estigmas de certo e errado.
De forma específica (Na apresentação do trabalho em Grupo):
  •  Desempenho do aluno em pesquisar sobre variação linguística e a criatividade na montagem da apresentação oral para a turma;
  • A organização do trabalho em grupo, interação do grupo;
  •  Dominio do tema pesquisado.

Conclusão

Ao propor essas atividades, esperamos que os alunos (do Terceiro ano do Ensino Médio), tornem-se mais familiarizados não somente com os conceitos específicos de Variação Linguística, mas para que possam reconhecer a realidade dessas variantes, através dos vídeos, dos exercícios, das apresentações em grupo, de forma reflexiva e ampla e a partir disso dissipar o preconceito do 'falar errado', do 'falar certo' e de todos os estigmas que estereotipam cada região e/ou comunidade linguística.

Créditos



Auricélia Monte
Aluna da Graduação em Letras-UFPA
&
Carol Silva
Aluna da Graduação em Letras-UFPA